O talento que "eu" Sou

O meu percurso é igual ao de muitos de vós, estudei, estagiei, trabalhei para outros durante alguns anos, sou mãe, sou mulher.
Durante este meu percurso, muitas foram as vezes em que olhei para mim e via o mesmo de sempre. Algumas vezes aprendia coisas novas e, mesmo assim, a minha forma de agir era muito, mesmo muito similar. Parecia que fazia o mesmo apenas com um novo embrulho. Já tiveram esta sensação?


Aconteceu, agora reconheço, um momento em que deixei para trás “pré-conceitos”, “pré-ocupações”, ideia limitadoras e decidi fazer coisas diferentes, coisas a que chamei na altura de “A Busca pela minha arte”. Assim, a premissa era fazer coisas que me divertissem e ainda aprendesse com elas… Descobri rapidamente que aprendi e aprendo com todas as experiências que tenho.

Algumas das coisas que fiz e faço? Sim… fiz e ainda faço muitas! Experimentei e ainda amo o Surf, Aulas de canto, Costurar, Ballet, Parapente, Locução em Rádio, Teatro, Pintar, Restauro, Correr, Patins em linha… e tenho a certeza que ainda vou experimentar mais.

Talvez agora estivesse com saber suficiente para construir programa de gestão de talentos de forma diferente (eu sei que sim, seriam mesmo muito diferentes), pois agora sei que este encontro com o talento é pessoal, é intencional e tem que ser uma decisão de querer ver o mundo de um ângulo diferente. Muitas vezes está longe do que fazemos no nosso dia-a-dia, das tarefas que eu tenho como profissão e também reconheço que terá que existir treino, muito treino. Às vezes fazendo, experimentando coisas novas vamos aprender e reter novas formas de comportamento que sim, vai ser aplicado ao mundo de sempre. Quase como se o cérebro reconhecesse mais caminhos possíveis (sim é isso, reconheço mais possibilidades).

Partilho, rapidamente, algumas dessas aprendizagens. Com o Ballet aprendi a respeitar a liderança de quem sabe mais e faz melhor que eu, aprendi a ser ainda mais humilde (as minhas colegas têm todas menos 20 anos que eu e são muito melhores que eu!); No grupo de canto aprendi que não é interessante ouvir-se uma voz e sim a voz de todos em uníssono; Na Rádio reconheço as minhas muletas de linguagem e agradeço o ter que preparar textos; No Surf aprendi o equilíbrio o sentir o momento certo, a esperar. A minha lista poderia continuar e continuar e ainda continuar. Pois eu aprendi mais em 2 anos do que em 15 anos de vida.

Qual é a minha arte, ainda não sei… Sei é que eu sou mais, melhor e tenho em mim um mapa, um caminho que ainda posso fazer, ainda posso experimentar.
E o seu? Arrisco a dizer que está ainda muito por trilhar. Faça, Arrisque; Experimente e talvez sinta em algum momento o que eu sinto agora ao escrever este texto… EU SOU POSSIBILIDADE!

Lígia Ramos, empreendedora, criativa, formadora da LIFE Training e especialista em GRH

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