O que não aprendi na escola


Num filme de Almodôvar um personagem diz: “ Somos tanto mais verdadeiros quanto mais próximos estamos dos nossos sonhos”. Pois é nesse estado, ser verdadeiro, que o Paulo gosta de estar.

Depois de formação em engenharia em Portugal e Dinamarca, fez carreira internacional na gestão de marketing e formação/coaching de vendas, numa multinacional, trabalhando e vivendo em vários países da Europa e América do sul.
Já em Portugal estudou PNL, é Master Practitioner, certificado pelo ITA de John Grinder e Coaching na Lifetraining, onde é formador e coach.


"Definitivamente há coisas que não aprendi na escola. Dessas coisas, muitas aprendi há muito pouco tempo, umas fui aprendendo sozinho com a experiencia da vida e a maioria aprendi com a sabedoria e a partilha das pessoas que me rodeiam.
Na escola gostava de ter aprendido a fazer perguntas pois davam muito valor às respostas. Aprendi com o tempo que se aprende com as perguntas muito mais do que com as respostas.

Gostava de ter aprendido a focar-me na estrutura dos assuntos mais do que nos seus conteúdos pois replicando estruturas tenho grandes probabilidades de replicar resultados.

Gostava de ter aprendido a dar e a receber feedback, a maioria das vezes o feedback eram as notas. Não aprendi que o feedback é a anulação do erro, é a forma de aprender o que não fazer ou como se pode fazer de outra maneira, obtendo provavelmente outros resultados.

Na escola não aprendi, e gostava de ter aprendido, quanto é importante aprender a reconhecer precocemente o que nos dá prazer, o que tem verdadeiro significado e ao mesmo tempo nos desafia. Gostava de ter aprendido a fazer as perguntas que me levariam a dar sentido e razão de ser às minhas escolhas, conhecer o meu propósito de vida.

Gostava de ter aprendido quanto é importante aprender a desenhar estruturalmente objectivos e logo de seguida a ligar-me emocionalmente a eles, liga-los a um propósito pessoal, dar-lhes sentido e razão de ser. Gostava de ter aprendido que com objectivos definidos os caminhos são mais claros. Não aprendi que o que nos afasta dos nossos objectivos são as “histórias” que contamos a nós mesmos…

Gostava de ter aprendido a focar-me no que realmente interessa, no que depende de mim e que isso é o caminho dos campeões. Gostava de ter aprendido que quando me foco no que não depende mim ou não controlo me faz perder energia.

Gostava de ter aprendido que uma “má” escolha é melhor do que uma não escolha. Aprendi muito mais tarde que aquilo que hoje pode parecer uma má escolha pode ser mais tarde avaliado como uma excelente escolha e vice-versa.
Não aprendi que posso condicionar/escolher o meu estado emocional potencializando comportamentos catalisadores de resultados desejados.
Gostava de ter aprendido a reconhecer as necessidades básicas dos outros em vez de os julgar ou fazer juízos de valor, classificar o bem e o mal, o certo e o errado, e que ao satisfazer essas necessidades iria ter mais facilmente a colaboração dessas pessoas.

Gostava de ter aprendido que é perigoso ter muitas certezas e que o que parece impossível é o que pode apenas demorar mais a acontecer.

A boa notícia é que tudo o que não se aprende na escola se pode aprender mais tarde.
A fantástica notícia é que posso partilhar tudo o que aprendi na escola e fora dela com o meu filho, com as outras pessoas e deixar que escolham o que, nas suas avaliações, lhes pode ser mais útil."

Paulo Espírito Santo, Coach e formador LIFE Training

Artigo previamente publicado no blogue: http://www.oquenaoaprendinaescola.blogspot.com/

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