Era uma vez um pescador que levou peixe fresco a um restaurante de praia onde estava um europeu. O europeu perguntou-lhe se ele voltava para o mar a pescar mais. Respondeu que não. Como ainda era cedo, o europeu tentou explicar-lhe a lógica de mais peixe pescado, mais poderia vender, mais poderia investir, e poderia comprar um barco maior, poderia dar trabalho a mais pescadores, poderia abastecer o país todo, etc, etc, etc. O pescador perguntou, mas porque razão havia ele de se estafar a pescar? O europeu respondeu-lhe que assim poderia mais tarde ter uma bela vida, bom dinheiro e poderia ir para um paraíso tropical e dormir umas sestas na rede na sombra da bananeira. A resposta do pescador foi: mas é exactamente isso que eu vou fazer AGORA, não mais tarde quando for velho.
Para algumas pessoas, acontece acreditarem na possibilidade de serem felizes quando atingem os seus objectivos, quando têm o que querem. Serei feliz quando tiver dinheiro ou quando tiver um companheiro ou ainda quando a minha mãe parar de me chatear…. E o que acontece entretanto, fica-se infeliz? E enquanto não obtemos sucesso o que somos, fracassados?
Consideremos ainda que é uma alucinação aceitar como certo que vamos ser felizes depois de obtermos o que desejamos. Será que quem quer ser rico fica feliz só porque atingiu o “ser rico”, será que quem se apaixona e finalmente tem um companheiro/a ficará feliz para todo o sempre? Pois não, a prática diz-nos que obter o que desejamos não é um bilhete para a felicidade. A questão é, o que nos faz escolher “estarmos” felizes? Aqui vai uma dica, “Seja o que for que consigamos fazer com a infelicidade, conseguiremos fazer melhor enquanto estivermos felizes”, certo?
Está aqui em causa a velha discussão de só se ser feliz quando se tem o que se quer ou ser-se feliz por se estar a fazer o que é necessário para se ter o que se quer. Parece confuso?
Vejamos, quando estamos infelizes queremos estar felizes, quando estamos felizes podemos querer o que nos apetecer.
Apollinaire disse: “De vez em quando, é bom fazer uma pausa na nossa busca da felicidade e simplesmente sermos felizes”.
Paulo Espírito Santo, Coach e formador LIFE Training