O que marca, numa marca?

À semelhança do que acontece connosco enquanto pessoas, também as empresas têm um coração, um core business, um núcleo que faz com que seja conhecida pelo motivo x e não y. Uma ou mais características que, além do nosso nome, nos distinguem enquanto pessoa e de outras pessoas. O motivo diferenciador que vai fazer diferença no momento de escolha entre o nosso serviço ou produto e outro qualquer.

E o caminho para uma boa gestão de marcas rumo a um crescimento sustentável, aponta para o reforço deste core business.
Como é que se faz este reforço?


Antes de tudo, importa discernir acerca de qual o verdadeiro core da marca. O que é que nos fez destacar? Que produto ou serviço? E com que ideia central associada? De seguida:

1.Alarga-se esta mensagem, reforçando-a consistentemente por toda a organização, fornecendo a informação a todos os colaboradores e atentando às escolhas que se fazem a todos os níveis. A nível de marketing interno, externo, criação de novos produtos (abandono de outros), etc, o alinhamento deverá estar presente.
Por exemplo, a marca de relogios Swatch, após 10 anos de aposta e investimento em design e patamar de preço elevado, decide voltar às raízes, reafirmando o seu ADN de acessório de moda acessível, colorido.

2.Recordar os valores da marca intrínsecos, permanecendo relevante ao consumidor. Ou seja, mantermo-nos fiéis à ideia chave, mas acompanhando as tendências do consumidor.

3.Para acompanhar as tendências, muitas vezes a melhor opção é implementar uma renovação, ao invés de optar por extensões de marca que provavelmente se tornam mais dispendiosas, para novas categorias que podem não funcionar. (por exemplo, a Mc Pizza foi em diversas vezes impulsionada pela McDonalds, sem sucesso!).


Um caso de renovação de marca de sucesso presente na comunicação da Coca cola, foi a aposta no mote “The Coke side of life”/"Toy of life". Através deste slogan, a ideia de alegria e diversão sempre associada à Coca cola manteve-se, e acompanhando a tendência instalada da busca de experiências e de vivências emocionalmente mais relevantes.

Os filmes de James Bond são também um caso de estudo em gestão de marcas. Mantendo ideias chave como a luta contra o mal, os elementos visuais como as bond girls, os carros, os gadgets, o tema musical, e actualizando estes mesmos elementos à época (gadgets cada vez mais sofisticados, carros mais potentes, maus da fita ainda mais poderosos e "mais maus", música actual), bem como o adicionar de temas da actualidade no enredo fazem desta série de filmes uma marca duradoura para os seus fãs.

4.Ter uma visão inspiradora como valor base. Uma visão clara da marca é o mais importante potenciador de crescimento para a mesma. É o autêntico GPS que nos vai indicar se estamos no caminho certo quando pensamos em soluções para a empresa. É esta visão que quando estiver a colocar um post no Facebook dos amigos/clientes/fãs da sua página, o vai conduzir a conteúdos que eles procuram, relevantes e inspiradores para eles, não servindo assim apenas objectivos de promoção por si só. Que o vai ajudar a escolher entre criar um novo produto absolutamente direccionado ao seu publico alvo.

Depois de pensar como a sua marca marca, passando ponto por ponto... aproveite o momento e faça uma reflexão acerca da sua própria brand!
Qual o seu core enquanto profissional?
Tem uma visão inspiradora que o guia no seu caminho? Se tivesse um slogan… qual seria?
O que tem feito para permanecer relevante enquanto profissional? O que tem lido ou visto, que opções conscientes tomou, que tipo de energia tem mostrado, na maior parte do tempo?
Lembre-se que para marcar, é preciso… marcar! ;)

Maria Beatriz Costa, Responsável de Comunicação e Imagem, Practitioner PNL

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