Quando a minha filha mais velha tinha 4 anos perguntou-me o que era uma estratégia. Resolvi explicar-lhe exactamente da mesma forma que faço com adultos… Se o local onde estamos é o nosso ponto A, e o local para onde queremos ir é o nosso ponto B, quantos caminhos temos para os unir? Muitos! Cada um desses caminhos é uma estratégia.
Até aqui tudo bem (tanto para adultos como para crianças…). A questão mais delicada é que a experiência nos mostra que muito raramente os gestores conhecem com pormenor o local onde estão e muito menos escolhem detalhadamente para onde querem ir. Sem estes dois pontos bem definidos, de que valem as estratégias?
Imagine que um amigo se perde a caminho de sua casa. Liga-lhe do telemóvel, não tendo nenhum ponto de referência para lhe dar. Como o ajuda? Apenas e só focando-o na necessidade de recolher informação precisa sobre o local onde está.
Percebe como é pouco produtivo investir em definição e implementação de estratégias quando não conhecemos o ponto de partida? Há poucas semanas trabalhei com uma empresa que tinha investido centenas de milhares de euros num novo programa de incentivos para o seu staff. Os resultados não estavam a melhorar e interrogavam-se porquê… Qual tinha sido o estudo de identificação de reais necessidades do staff? Nenhum, simplesmente assumiu-se que os prémios monetários seriam o verdadeiro motor da motivação, pois “toda a gente se queixava dos salários”. O nosso ponto A nem sempre é exactamente o que parece, como esta organização descobriu depois do investimento feito.
Nova proposta de imaginação… Tem o carro preparado para as grandes férias de Verão, família incluída, depósito cheio, destino por definir. Entra no carro e começa a conduzir. Uma coisa é certa: nunca chegará onde quer, pois não há mapa que ajude a alcançar objectivos por definir. Embora seja certo que não poderá falhar (razão principal pela qual mais de 90% das pessoas não tem objectivos definidos e escritos para as várias áreas da sua vida), a probabilidade de ficar imensamente satisfeito com o seu local de destino é reduzida.
Sabe quantas empresas em Portugal não chegam a definir com clareza, através de poderosos processos de definição de objectivos, o seu ponto B?
É absolutamente impressionante, pois uma observação profunda mostra que estamos a falar da esmagadora maioria. Ah, e se apenas os directores da empresa conhecem o ponto de chegada, não conta, claro! É como se um passageiro do seu carro conhece-se o destino mas não o comunicasse ao condutor…
Perceba claramente onde está. Defina com precisão para onde quer ir. Dedique-se a perceber os caminhos disponíveis. Escolha o melhor. Mantenha-se flexível a eventuais mudanças de caminho para contornar obstáculos inesperados. Torne-se um mestre da estratégia. Até uma criança de quatro anos entende!
Pedro Vieira, CEO, Formador, Palestrante e Master Trainer em PNL da LIFE Training
http://www.pedrovieira.net/
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