O poder das nossas crenças II: a mudança de paradigma


No seguimento do artigo anterior, renovo o meu convite para uma mudança de paradigma. O da criação de fracasso para um outro, diferente. Quem sabe o que o/a vai ajudar a criar mais satisfação na sua vida! Hoje vou partilhar algumas ideias para que eventualmente se sinta inspirado, e possa empreender este objectivo!
Mudemos então de paradigma.

E se uma pessoa começar com boas expectativas num determinado objectivo definido, acreditando com toda a força que vai ter sucesso?
Tendo o sucesso como força possível e segura, que tipo de acções vai empreender desta vez?
Vai arrastar-se sem entusiasmo?

Vai ter entusiasmo, energia, expectativas de sucesso e vai sentir ser o maior.
Se assim for, quais os resultados que são de esperar?
As probabilidades são de eles serem bastante bons.
E o que é que isso faz à nossa crença e à capacidade de obter resultados?
É a espiral ascendente de sucesso.

Sendo assim, o sucesso, alimenta o sucesso.
O sucesso gera sucesso, e a cada sucesso, cria-se mais crença e ímpeto.


As pessoas assim, também fazem coisas menos certas?
Claro que sim!
As pessoas com crenças positivas garantem sempre os resultados?
Claro que não...

Não há fórmulas mágicas nem fadas madrinhas que garantam o sucesso e sendo assim, quando as expectativas não são atingidas, há que escolher outro caminho, há que corrigir a estratégia.

Isto não indica, obviamente, que tudo o que foi feito foi errado.
Aquilo que sabemos e já vimos várias vezes, foi que pessoas que mantêm o mesmo sistema de crenças que fortalecem e persistem através das acções e dos recursos suficientes, por fim, têm mais probabilidades de obter sucesso.
Muitas vezes não é necessário ter uma crença ou uma atitude extraordinária acerca de algo para obter sucessos.

Por vezes, pessoas produzem resultados espantosos apenas porque não sabem que algo é difícil ou impossível, não estão condicionadas.

Um exemplo que li contava a seguinte história: um rapaz adormeceu na aula de matemática. Acordou no fim da aula e viu no quadro dois problemas propostos. Presumiu que era trabalho para casa. Em casa, trabalhou arduamente na resolução dos problemas, não conseguindo resolver nenhum deles, insistiu de tal forma que por fim conseguiu chegar a um resultado. Na aula seguinte apresentou o trabalho. O professor e os alunos ficaram espantados. Afinal, esses mesmos problemas, agora com solução, ficaram escritos no quadro porque foram considerados de resolução impossível.
Se este estudante soubesse isso, provavelmente não os tinha resolvido nem sequer tentado.

A situação proporcionou o facto de ele não ter dito a si mesmo que era impossível resolvê-los, pelo contrário, ele pensava que tinha mesmo de os resolver pois era esse o trabalho proposto na aula a que ele não assistiu por ter adormecido, ele tinha um objectivo bem definido e tinha um motivo.

Os bebés aprendem muito e muito rápido porque experimentam, porque não têm consciência das consequências das acções.

O meu filho faz coisas loucas, porque está motivado, as crianças em geral estão sempre motivadas a obter o que querem, lambem o chão se for necessário, gritam como doidos só para nos deixar atrapalhados e cedermos ao seu motivo.

Eles são muito flexíveis fazem o que for necessário para atingirem o objectivo e por isso dominam o meio, nós pais, normalmente não somos tão flexíveis, ou ficamos atrapalhados com o berreiro ou lhes damos um tabefe, não temos muito mais recursos.

Uma outra forma de alterar uma crença é ter um facto real que realmente  reflecte a possibilidade.

Quando caminhei no fogo, sobre brasas, ou engoli fogo, fui capaz de fazer algo que estava convencido ser impossível (oh, se estava…) factos desses levam-nos muitas vezes a repensarmos as nossas crenças.

Os que conseguiram chegar ao fim deste texto, acabaram de ler um pequeno texto de “auto ajuda”, desses mesmos! Os que não gostam de livros de “auto ajuda” não me levem a mal pois o que não mata engorda, o que arde cura e o que aperta segura…

E assim termino esta minha reflexão, com votos… de boas mudanças! ;)

Paulo Espírito Santo, Master practitioner, coach e formador LIFE Training

O Poder Mental de Cristiano Ronaldo


Muito se falou neste Campeonato da Europa sobre a sua maior estrela: o português Cristiano Ronaldo.
Comentou-se a sua forma física, as suas atitudes, a sua capacidade de criar desequilíbrios e a sua força mental. Há menos de um ano um estudo aprofundado sobre CR e suas capacidades foi feito em condições quasi laboratoriais e acredito que há ainda mais conclusões a retirar do mesmo e que podem elucidar sobre a ultima performance do mais premiado jogador luso de sempre.

O teste foi divido em quatro partes:
Força Corporal,
Capacidade Mental,
Técnica,
Habilidade, e eu irei analisar individualmente cada uma delas, procurando descodificar os elementos de treino mental e alta performance motivacional presentes.

Força Corporal (ver video aqui):
Neste capitulo do teste, o Ronaldo competiu com o reconhecido sprinter Angel Rodriguez em dois teste de velocidade, um sprint de 25 metros e um zig-zag de 25 metros.
No sprint, CR ficou atrás por 3 centésimos de segundo e no zig-zag ficou à frente por quase meio segundo.
Ao estudarmos a forma de corrida e de enfrentar ambas as provas, nota-se uma técnica muito diferente entre os atletas que foi forjada não só pelo muito maior nível de treino e prática consistente de um dos tipos, como também pela forma como o cérebro condicionou o desenvolvimento muscular de ambos ao longo do tempo.
Ao ser examinado muscularmente, vê-se que CR tem um corpo magro de um meio-fundista, as pernas longas de um sprinter e as coxas largas de um saltador. Tudo características treinadas e moldadas por anos de preparação física e pelo condicionamento mental que, desde criança, dita que quer tornar-se o melhor do mundo.

Quando fixamos uma ideia na nossa mente por tempo suficiente e mostramos através de ação consistente e persistente que queremos mesmo atingir essa meta a todo o custo, o nosso cérebro ajuda a moldar todas as
nossas ferramentas de forma a estarmos cada vez mais próximos de o atingir.

A isto se alia programas alimentares bem definidos, descanso adequado e os melhores treinadores do mundo.
Tudo isto ajuda a que corra à velocidade de um sprinter, salta mais alto que o atleta médio na NBA e tenha menos massa gorda que uma supermodelo.

O Cristiano é o claro exemplo (entre muitos outros) que confirma os reconhecidos estudos de Geoff Colvin e K. Anders Ericsson que afirmam que o talento nato (se é que existe) é de somenos importância quando comparado com a prática deliberada, isto é, a forma focada e deliberada de dirigir o nosso esforço e aprendizagem para a constante melhoria dos resultados.

Falaremos mais deste tópico e como podemos utilizá-lo no dia-a-dia ...nos próximos artigos.

Ricardo Peixe, Coach & Trainer na Life Training

A virtuosa consistência: reflexão express

A consistência só é uma virtude se nos estiver a ajudar a atingir aquilo que queremos.

Muitas pessoas quando mudam de ideias em relação a uns sapatos ou roupa que compraram, assumem facilmente a sua mudança de opinião dirigindo-se à loja e devolvendo o artigo.
Nestes casos, não sentem que perderam consistência ou que "os outros" os irão julgar como sendo uns "vira-casacas".

Curiosamente, receando estes mesmos (auto?) julgamentos, as mesmas pessoas tendem a agarrar-se indefinidamente a decisões que tomaram - e de que depois se arrependem por se terem revelado "más" decisões e que resultam num impacto negativo nas suas vidas - assumindo que "para a frente é que é o caminho".

Se me enganar numa bifurcação na estrada, volto atrás e sigo o caminho que me levará ao destino que pretendo. Porque não fazê-lo com as minhas outras decisões?

Por vezes a melhor maneira de andar para a frente poderá ser... andar para trás!

Pedro Martins, auditor na area da responsabilidade social, hipnoterapeuta, master practitioner e facilitador de mudança

O poder das nossas crençasI : Desalento e acção


Vou lendo por aqui e por ali, alguns momentos de desalento de descrédito, de falta de auto estima e de baixar de braços, seguramente de pessoas que se sentem momentaneamente com menos recursos internos disponíveis (para ultrapassar dificuldades) do que normalmente terão.

Frases como “Eu não acredito no amor”, “estou desesperada/o”, “detesto o meu trabalho”, “não acredito nas pessoas” e tantas outras frases que me levam a pensar que pessoas extraordinárias estão a desperdiçar o seu potencial com pensamentos e escolhas negativas.

Muitas pessoas escrevem sobre este assunto e muitos dos amigos e amigas, dizem com desprezo, “eu detesto livros de auto ajuda”…
Estou convencido que há preconceitos sobre o género ou, pensando de forma mais radical, há medo em serem alertados para factos, para atitudes da nossa vida que são postos em evidência por esses mesmos textos, colocando-nos em causa e alertando-nos que estamos em efeito.

Há medo em concluir que para se melhorar a qualidade de vida é necessário sair convictamente da nossa zona de “conforto” e arriscar, romper rotinas, que temos os recursos necessários para atingirmos os nossos objectivos, entender que o fracasso é aprendizagem, entender que se pode ver a realidade com “óculos” diferentes, resultando disso diferentes “verdades”, entender que sem objectivos claramente definidos qualquer caminho serve para nos levar ou não nos levar a lado algum.

Um dia, li num livro de Anthony Robbins, um pensamento mais ou menos assim:
Num determinado momento, se uma pessoa diz a si mesma que não acredita no amor, se tem essa expectativa de fracasso nessa área, quanto do seu potencial de amar se irá realizar?
Seguramente não muito!

Ela já disse a si mesma, já enviou um sinal ao seu sistema, ao seu cérebro, para que este fracasse nessa área.
Tendo começado com essas expectativas, que tipo de acções irá essa pessoa provavelmente empreender?
Serão confiantes, energéticas, congruentes e assertivas?
Vão essas pessoas reflectir o seu verdadeiro potencial para amar?
Não, será muito pouco provável que assim seja!
Se uma pessoa está convencida de que tudo vai fracassar, para quê o esforço de tentar arduamente?

O que se passa é que uma quantidade de potencial já empreendeu acções de indiferença que anulam acções futuras.
As crenças entram numa cadeia, numa espiral descendente clássica.
Olhar para o fracasso enquanto falhanço, cria mais fracasso.
As pessoas que são infelizes e que vivem esmagadas pela dor, seja de que tipo for, estiveram durante muito tempo sem resultados e já não conseguem acreditar.

Pouco ou nada fazem para realizar o seu potencial e começam a descobrir como é que podem levar a sua vida a um ponto em que façam o menos possível obtendo resultados que deitam ainda mais abaixo as suas crenças em vez de fazerem o contrário.

Li também mais tarde que:
"Se fizermos quilo que sempre fizemos, obteremos aquilo que sempre obtivemos”.

Convido-vos a pensar um pouco no alcance desta frase, e no próximo artigo partilharei algumas fórmulas para uma mudança de paradigma. :)
Até lá, votos de bons pensamentos!
 
Paulo Espírito Santo, Master practitioner, coach e formador LIFE Training

Gestão da mudança pessoal


Muitas vezes em alturas de insatisfação com as circunstâncias actuais da nossa vida, decidimos mudar tudo à nossa volta (emprego, casa, namorada/o, penteado, guarda-roupa...).

Por vezes fazemo-lo de forma frenética e quase aleatória, com a sensação de que, estando a mudar, vamos reencontrar o "caminho certo" ou o "propósito de vida". Acontece que, não raras vezes, fazemos isto nas alturas em que seria muito mais proveitoso - e quantas vezes a única opção capaz de produzir o resultado que pretendemos - parar, e fazer "dentro de nós" as grandes e principais mudanças.

Desta forma poderíamos poupar-nos, e tantas vezes àqueles que nos rodeiam, a alguma dor desnecessária, sempre que, no meio dos escombros, acabamos por descobrir que depois de tanta mudança continuamos exactamente no ponto de partida ou nem sequer isso.

Noutras alturas, quando, cruzando informação que nos chega pela nossa lógica, sentimentos e emoções, nos parece inevitável a implementação de grandes mudanças "lá fora" (mudar de emprego, país, marido/esposa, etc), sentimos medo e decidimos - ainda que inconscientemente - que o melhor a fazer é ficarmos estáticos, dando um "mergulho para dentro de nós" e potenciando o desenvolvimento de comportamentos que em nada nos servem (depressões, medos irracionais, hábitos destrutivos, etc.).

Felizmente, temos à nossa disposição algumas excelentes ferramentas que podemos utilizar, e que nos podem ajudar a descobrir qual a intenção que motiva a necessidade de mudança, que tipo de mudança pode fazer sentido em cada momento específico e a sermos capazes de a implementar, seja ela "lá fora", "cá dentro" ou transversal.

A mudança, por si só, não é boa nem má, muito antes pelo contrário… ;)

Pedro Martins, auditor na area da responsabilidade social, hipnoterapeuta, master practitioner e facilitador de mudança

5 Crenças tóxicas que arruinam carreiras


O Livro dos Provérbios no Antigo Testamento é, na minha opinião, um dos melhores livros de gestão jamais publicado. Uma passagem em particular contém uma parte de sabedoria a destacar: "O que um homem acredita, assim o é."
Há tempos escrevi neste blogue* sobre crenças que ajudam as pessoas a chegar ao sucesso. No entanto, observei que há outras 5 crenças que tornam as pessoas consistentemente menos bem sucedidas. Certifique-se que não as contém você próprio/a.


1. Defino o meu valor com base no que os outros pensam de mim
Algumas pessoas definem-se com base no que tentam adivinhar que o seu chefe, os seus colegas, familiares e amigos pensam delas. Quando se convencem que estes pensam mal do trabalho delas, estas pessoas tendem a ter falta de auto-confiança para de forma consistente agirem rumo a resultados.


2. O meu passado é igual ao meu futuro

Quando algumas pessoas passam por uma série de más experiências, elas assumem que as suas metas não são atingíveis. Com o passar do tempo, facilmente de desencorajam e evitam situações onde haja risco de falhar. E porque qualquer acção envolve algum risco, estas pessoas acabam por não conseguir fazer esforço significativo.


3. O meu destino é controlado por forças que estão fora do meu alcance

Algumas pessoas pensam que o estado da sua vida, e mesmo o seu potencial enquanto ser humano é determinado pela sorte, destino ou intervenção divina. Esta crença comum (e pateta q.b.) retira-lhes iniciativa, tornando-as passivas até que a sua “sorte” volte.


4. As minhas emoções reflectem com objectividade a realidade

Algumas pessoas acreditam que as suas emoções são causadas por eventos externos. É verdade que as emoções são determinadas pela percepção acerca desses eventos, juntamente com “preconceitos” sobre o significado desses eventos. Estas pessoas acham difícil ou até mesmo impossível sair da sua própria posição e olhar para a situação do ponto de vista de outra pessoa, ou simplesmente de outras perspectivas.


5. A minha meta é perfeita. O que faço tem de ser perfeito.
Porque a perfeição é inatingível, as pessoas que a procuram estão simplesmente a preparar-se para se desiludir. Muitas vezes, se não conseguem algo, os perfeccionistas tendem a culpar o mundo (e tudo em geral), em vez de fazer o que é necessário para obter resultados extraordinários. É por isso que um “perfeccionista bem sucedido” é um oximoro.
Se está a sofrer alguma destas 5 crenças, recomendo que faça o possível para se livrar delas, substituindo-as por outras melhores. Eu explico como fazer isto no artigo "Como ser feliz no trabalho" (neste post, eu chamo-lhes "regras", mas é basicamente o mesmo de "crenças").

Geoffrey James
Um dos jornalistas especializado em gestão mais requisitado do mundo. É autor de livros e inúmeros artigos na área das vendas, gestão e tecnologia

*INC.com
Artigo traduzido por Beatriz Costa, presente no site americano INC.com. Pode ler o original, clicando Aqui

Como melhorar o seu cérebro: neuroplasticidade e memória


Chama-se neuroplasticidade à construção de novas redes neuronais. Esta acontece sempre que fazemos algo repetidamente.

Na história sobre a pequena Bárbara, presente no livro “Awakening the brain”, conto como ela aumentou o seu Q.I. desenhando, completando puzzles e através de outras actividades marcadamente visuais. Estas actividades resultaram num melhoramento assinalável da sua noção espacio-visual. Conclusão: o cérebro vai sempre responder ao input que nós escolhamos exercer sobre ele.

Aos 65 anos, decidi escrever um livro sobre esta fantástica temática, para todos os que me têm pedido durante anos. O meu desafio era o seguinte: eu não conseguia digitar os meus pensamentos. Eu aprendi a escrever com uma esferográfica, e só depois digitá-los... o que acabou por tornar-se demasiado cansativo para mim, e motivou-me a tentar aumentar as minhas competências a este nível. Com esforço repetido, eu imediatamnete digitava no computador conforme ía pensando no próximo conceito a partilhar. Aos poucos cada vez eram menores os erros que fazia a digitar. Aos poucos, os meus dedos começaram a traduzir os meus pensamentos. Isso também é a neuroplasticidade em acção.

O cérebro é um órgão de tudo ou nada. Quando paramos de utilizar uma língua estrangeira, começamos a esquecer o que aprendemos. Quando nos reformamos e deixamos de ler ou de usar o calendário, essas competências diminuem de facto. Os dois exemplos que mostro no livro, da pequena Bárbara e de mim própria, mostram o que quero dizer: a idade não interessa.

Todas as funções mentais do cérebro funcionam desta forma. Procurar novas palavras, usar a memória, prestar atenção, resolver problemas complexos, exercitar matemática – nós, humanos, temos imensas funções cognitivas e se as utilizarmos, elas vão tornar-se cada vez mais fortes.

A sua intenção vai focar o seu cérebro na razão que o leva a construir essa rede neuronal, e vai ajudá-lo a persistir apesar dos erros que fará …até chegar ao ponto em que a actividade se torna automática. Sim, se persistir, vai tornar-se numa competência automatizada. Você pode reinventar-se. Eu persisti, e agora sou neuropsicóloga e escritora. Um novo mundo está disponível através da partilha desta informação, de mim para si.
Para aceder ao poder da neuroplasticidade e desenvolver funções mentais do seu cérebro, a persistência é essencial. Para persistir, apesar dos erros, devemos acreditar que este esforço vai resultar, que a competência vai fortalecer-se no nosso sistema, tornando as tarefas associadas cada vez mais fáceis.

Pense nas pessoas que conhece, ou em que casos você mesmo teve este tipo de experiência, de expansão cognitiva siginificativa. Como é que desenvolveu no passado as suas competências, reinventando-se enquanto pessoa e tornando-se no que é hoje? As suas actuais redes neuronais promovem a acção que quer agora?

Charlotte Tomaino, Ph.D

Perita no campo da neuroplasticidade, possui mais de 30 anos de experiência clínica enquanto neuropsicóloga

Aceite o desafio da autora e entre em acção! Pode começar por ir ao evento LIFE 2.0 nos próximos dias 24 (Porto) e 26 (Lisboa) de Maio e aí aumentar a sua neuroplasticidade... comunicacional! ;)

Artigo traduzido por Beatriz Costa, presente no site americano Psychology Today. Pode ler o original, clicando Aqui

A crise da perspectiva da PNL

No passado dia 30 de Março, mais de 80 pessoas assistiram a um workshop com o título acima. Foi uma oportunidade de "desmontarmos" a crise. Não propriamente no sentido macroeconómico (os meus dias da Faculdade de Economia já são mesmo distantes) e sim no aspeto psicológico. O que é a "crise" para mim e como me afeta?

Para que mais pessoas possam beneficiar da análise que fizemos em conjunto, aqui fica um resumo:

1. A "crise" é uma representação interna, um conceito abstrato a que cada um atribui determinado significado. Neste sentido, a "crise" é pessoal e intransmissível.
O que é a crise para ti? Que palavras lhe associas?

O exercício feito em sala revelou, com naturalidade, que pessoas diferentes atribuem diferentes associações a crise. Na sua maioria, estas associações revelam-se extremamente abstratas.

2. Desçamos à especificidade. Quando falas em crise e no impacto que tem na tua vida, falas exatamente de quê? Talvez tenhas menos (ou mais) dinheiro, talvez não tenhas emprego, talvez pessoas da tua família estejam a experienciar determinados eventos. Talvez tenham existido alterações adaptativas na tua empresa.

Ao descer à especificidade, durante este workshop, focamo-nos sobretudo em listar os efeitos práticos e específicos da crise (esquecendo por momentos os nossos estados de alma e as nossas conjeturas mentais). Depois de encarar um dos efeitos, surge espaço para a pergunta "e agora, o que quero em vez disto"? E logo a seguir "e o que estou disposto a fazer para o conseguir"? Nem todas as pessoas se sentem bem com esta abordagem, pois sentem que lhes estão a imputar a culpa. Longe de explorar desajustadas noções de culpa, este estímulo pretende reconectar as pessoas com o seu poder de, através do seu comportamento, se aproximarem do que querem. É suficiente? Não. Há que estar preparado para ser realmente observador e flexível!

A conclusão mais importante desta fase do workshop foi que podemos não controlar a crise e o seu impacto na nossa vida, mas podemos ganhar controlo sobre os nossos estados emocionais não fazendo da situação melhor nem pior do que ela é especificamente para nós. E lidar com estes impactos é mais importante, de um ponto de vista egoísta, do que apenas experienciar estados emocionais negativos "por causa" deles.

3. Subamos até ao nível mais abstrato. Tomemos a "crise" como o exemplo de algo. Como exemplo de uma situação generalizadamente pouco querida. O que fazemos em situações deste género? Usemos aquilo que estamos a fazer perante esta crise como um exemplo!

No workshop exploramos algumas atitudes padronizadas: a negatividade e a positividade, o pessimismo e o otimismo. E fomos em busca do famoso Double Thinking e como podemos utilizá-lo para criar utilizações mais eficientes dos nossos recursos.

Espero que esta "crise" seja uma real oportunidade de crescimento (para mim, para ti, para todos) e que tenhamos a clarividência de a utilizar como um ponto de alavancagem, um ponto de mudança pessoal e social. Que cada um assuma a responsabilidade de se mudar a si próprio parece-me um excelente ponto de partida!


Pedro Vieira, CEO, Formador, Palestrante e Master Trainer em PNL da LIFE Training

O fenómeno da influência por acção dos pares: Está dentro ou fora do rebanho?

Sente-se infectado pelo fenómeno social da “crise”? Quer estimular os seus colaboradores a fazerem algo diferente, a alterarem os seus estados emocionais e a produzir melhores resultados?

O primeiro passo é conhecer o fenómeno social de reacção à conjuntura económica actual. Quando se trata de momentos de mudança e de pressão as pessoas reagem melhor individualmente do que em grupo.

Num estudo feito na universidade da Colômbia, eram colocadas pessoas sozinhas numa sala a preencher um questionário. Numa outra sala contígua eram colocadas pessoas a preencher o mesmo questionário acompanhadas por mais 2 pessoas. Durante a experiência começava a sair fumo por um orifício na parede (que podemos aqui ver como uma metáfora da crise). No primeiro caso, as pessoas rapidamente iam à procura de ajuda. No segundo caso, a situação estendia-se no tempo ao ponto de quase se tornar insustentável permanecer na sala.

No final da experiência verificou-se que:
• As pessoas que preenchiam o questionário, sozinhas procuravam ajuda numa taxa de 75%
• As pessoas que preenchiam o questionário em grupo, apenas 38% solicitavam ajuda
Ora, em situações pouco claras, a primeira coisa que o nosso cérebro procura encontrar é uma resposta e uma validação para as suas dúvidas e inseguranças. Só assim vai garantir a melhor reacção aos eventos. Quando está sozinho neste processo, o homem não recebe interferências e o processo consegue ser mais linear e até intuitivo, por vezes. Contudo, quando está em grupo, tem que processar e relacionar os seus pensamentos com os factores externos e os comportamentos dos outros. Chama-se a este processo influência por acção dos pares.


Ou seja, se os outros não fazem nada perante o fogo, a tendência da pessoa é começar a racionalizar o seu instinto e também ela acabar por não fazer nada, ou adiar no tempo o que lhe está a apetecer fazer. Os comportamentos podem ser contagiantes. O confronto com uma situação desconhecida ou desafiante, levam-nos muitas vezes a observar como lidam os outros com ela. Estes por sua vez pensam o mesmo acerca de nós. O resultado, ninguém faz nada! O mais provável é ficar no rebanho e segui-lo!

Sabendo isto, eis algumas perguntas de reflexão:
Está dentro ou fora do rebanho? E os seus colaboradores?
O que pode começar a fazer, caso escolha ser uma pessoa diferenciadora na sua realidade?
O que estão a fazer as pessoas que tem sucesso e resultados?
Logo que tipo de comportamentos devemos ter?

Aborde individualmente os seus colaboradores, tire-os do rebanho e permita-lhes soluções, estimule a participação individual e influencie positivamente para a acção!

Núria Mendoza, Formadora & Coach LIFE Training

O Factor X

Imagine que gostava de ser reconhecido. Imagine que se divertia no seu trabalho. Imagine que gostava se superar e fazer melhor. Imagine que, quando o seu desempenho ficava aquém das suas expectativas, tinha um momento de relativizar e brincar com a situação. Imagine que mantinha o foco no que pode melhorar depois de ter acabado de bater duas vezes seguidas(!) o recorde na sua área. Imagine como seria estar rodeado de uma equipa assim…

Acredito que uma equipa de “Marcos Fortes”*em Alta Performance não só traria resultados (muito) interessantes, como o faria de uma forma focada e divertida. Uma questão que poderá fazer será “Então, como consigo eu fazer isso no meu trabalho”?

Acredito existir uma estrutura que permite a qualquer pessoa concretizar o que quer. Existe há 40 anos e é a base da Programação Neuro Linguística. Tal significa aceitar e actuar sobre a premissa de que, em dado momento, os resultados dependem directamente dos comportamentos, estes dependem do estado emocional dominante da pessoa, e que por sua vez, este deriva dos pensamentos que está a ter e da forma como está a usar o seu corpo no momento.

Atentemos no exemplo de sucesso de outro Marco. Mark Wahlberg, actor, produtor e empreendedor, passou dias duros no início da carreira e foi fazendo escolhas. Como todos nós, aliás! O que me fascina não é o aconteceu à sua volta e o que ele tem agora, é sim descobrir a evolução que fez a nível interior.

Registe estas 3 poderosas premissas neuronais:
1.
O seu cérebro molda a sua realidade – A Neurociência confirma que o cérebro atua como um enorme filtro de spam. Você verá e terá a realidade onde tem o seu foco, a que os filtros têm instrução de permitir ou criar. “Sendo” vítima ou campeão.
2. Sonhe em Grande, comece pequeno – Pequenas vitórias diárias geram resultados impressionantes! Essa é uma das chaves. Praticar e treinar até as acções para o desempenho desejado serem gravadas no piloto automático.
3. Planos vagos dão resultados vagos – Faça um plano a 12 meses e inclua 3-4 etapas que levem ao objectivo final. Crie e monitorize checkpoints. Estes orientarão a sua Evolução!

Adaptação do artigo The Mark Wahlberg Factor, de Robin Sharma, por João Ricardo Pombeiro.

* Marco Fortes é atleta olímpico em lançamento do peso por Portugal, o melhor desde sempre, foi visado por críticas na comunicação social nos Jogos Olímpicos em Pequim, e desde o início de 2012 já bateu o recorde nacional por 5 vezes!


João Ricardo Pombeiro, coach, formador da LIFE Training na área comportamental

Como cuidar dos colaboradores (A propósito d’O guia das Novas profissões para 2012)

Algumas das profissões apresentadas como novidade no Guia das novas profissões da Michael Page foram: gestor de desenvolvimento de negócios internacionais, loyalty program manager e um reforço na Gestão de Recursos humanos: “Na área de recursos humanos, e sobretudo em grandes organizações, nascem novos responsáveis de pessoal em cada unidade de negócio, atentos às necessidades particulares de uma determinada área.”

Esta ressalva surpreendeu-me. A surpresa não advém da minha discordância e nem sequer pela noção que não é pertinente e sim, por pensar que de facto ainda existem muitas empresas que ainda não reconheceram que o cuidar dos seus colaboradores as faz de facto ganhar muito dinheiro.

Conheço algumas empresas que já medem o seu turnover através não só do número e também do seu custo. Custos relacionados com a saída, recrutamento, formação de novo colaborador e perdas de rentabilidade neste período de entrada de um novo colaborador. Arrisco a dizer que em mais de 90% das actividades o novo colaborador apenas atinge a sua rentabilidade máxima após 6 meses de trabalho e apenas se neste período de tempo obtiver formação intensiva, regular e monitorizada, pois caso contrário este tempo aumenta e muito (penso eu, baseada na minha experiência).

Assim, quanto poderá custar a uma empresa não cuidar dos seus colaboradores e uma vez mais chamo a atenção para a palavra cuidar. Pois, é muito diferente gerir e cuidar. A minha intenção é de facto que nos debrucemos nesta noção de auxiliar cada colaborador a desenvolver as suas competências pessoais e técnicas, assim como facilitar a execução das suas funções.


Será muito simples para qualquer pessoa que tenha à sua responsabilidade uma equipa perceber que cada colaborador tem a sua forma de precisar deste auxilio. Que cada dia é um dia diferente para cada colaborador. Portanto, preciso de fazer coisas diferentes e ajustadas ao momento com os colaboradores para que se mantenha intacta esta noção de cuidar. Pois é, equipas dão trabalho ...para dar lucro!

Assim, cuidar da sua equipa poderá passar por:
· Conheça cada colaborador por si. Fale com todos os colaboradores de forma formal e informal. Promova encontros formais onde pode perguntar sobre as funções, tarefas, prazos e promova encontros informais para poder conhecer os hobbies, as situações que inquietam o seu colaborador, os seus gostos. Queria genuinamente saber mais, e não apenas o que dizem sobre ele/a

· Conheça bem a sua empresa, os seus valores e a sua missão, assim poderá reconhecer onde o seu colaborador está mais integrado e onde pode precisar da sua ajuda para viver mais esta dinâmica.

· Confie em si e logo aprende a confiar nos outros, muitas vezes delegar é uma forma de animar os nossos colaboradores e para delegar terá que acreditar mais em si que nos seus colaboradores.

· Aceite que o que para um é um bom motivo para fazer mais, para outro é excelente para parar, fale com cada colaborador pensando mais nele que em si. Flexibilize o seu processo de comunicação e adapte-se.

· Permita que cada colaborador erre e garanta feedback, seja rigoroso e mesmo assim aceite que errar faz parte da aprendizagem. Garanta feedback genuíno e com a intenção pura de ajuda a desenvolver.

· Entregue feedforward, seja muito claro nos comportamentos que espera. Partilhe as suas expectativas sobre cada colaborador com esse mesmo colaborador.

Cada colaborador é um potencial, um possível talento para a sua empresa e apenas conseguirá fazer com que esse talento sirva a sua empresa, quando reconhecer qual é esse talento e onde ele será de facto uma mais-valia.

Lígia Ramos, empreendedora, criativa, formadora da LIFE Training e especialista em GRH

Devia, ou não devia?

Presto bastante atenção aos momentos em que alguém (especialmente se esse alguém sou eu) utiliza a expressão "eu devia". O que tenho descoberto, ao longo dos tempos, é que este é uma expressão linguística que apela à inação e despoleta, sobretudo, emoções negativas.

Está com vontade de saber mais? Devia! ;-)

Situação 1:

Chefe - Eu já disse que não é assim que se faz quando o cliente pede esse produto.
Colaborador - Pois é, chefe. Eu devia prestar mais atenção.

Nesta situação o colaborador não emite qualquer comunicação com potencial para preceder um novo comportamento. Ele não disse que ia fazer diferente, ele nem sequer disse que ia prestar mais atenção. Ele apenas disse que DEVIA prestar mais atenção. Como quem diz que "num mundo ideal, era isso que iria acontecer. Era assim que devia acontecer". Claro que se o colaborador estivesse comprometido em fazer melhor, poderia afirmar simplesmente algo como "na próxima vou fazer dessa forma". Também o chefe se focou exclusivamente em apontar o erro e reafirmar que já tinha ensinado antes. Nenhuma destas ações liga o colaborador à próxima ação, aquela que poderá correr mesmo bem se o foco estiver em fazer diferente! O mais interessante é que ambas as pessoas podem abandonar a interação acima achando que estão no bom caminho...

Situação 2:

Mulher - Hoje não janto em casa, pois tenho uma reunião em Lisboa que vai acabar tarde.
Marido - Já tinha planeado o que ia cozinhar. Devias avisar-me com mais antecedência.

Nesta interação, quem devia era o outro, "tu devias". É uma referência à uma suposta regra (social, familiar, etc) que alguém não cumpriu. Como no caso anterior, o interessante é que o marido se focou no incumprimento da tal regra e não na obtenção de um compromisso em relação a situações futuras. A mulher, sentindo-se atacada bem poderá ter pensado algo do género "tu também não me avisaste da última vez"...

Situação 3:

Colega - Acho que eles estão a planear despedir mais pessoas...
Colega - Ainda me vai tocar a mim desta vez. Eu devia era ser como os outros e não me preocupar com nada disto e ir fazendo a minha vidinha. Ía fazendo de conta que trabalhava e ía procurando outras alternativas. Isso é que eu devia fazer.

Um caso muito típico (ouço várias vezes afirmações com esta estrutura) em que alguém se refere a um potencial curso de ação, definindo-o como aquilo que devia fazer. Simplesmente, está simultaneamente a dizer que não o vai fazer (pois apenas devia). Ou seja, uma excelente forma de criar uma situação perde-perde.

É isso mesmo, a utilização do "devia" neste tipo de situações criar autênticos cenários de perde-perde. Perco, porque falo de um cenário que não vai acontecer (eu apenas devia) e logo a seguir ligo-me ao cenário atual (que por ser diferente daquele que devia ser, não me satisfaz).

Liberte-se daquilo que devia fazer e ligue-se àquilo que vai fazer!

Pedro Vieira, CEO, Formador, Palestrante e Master Trainer em PNL da LIFE Training


* Artigo previamente publicado no blogue http://www.neuroestrategia.blogspot.com/

Histórias de Amor e Realidade

[História]
Duas pessoas conhecem-se, descobrem afinidades, apaixonam-se e eis que nasce uma nova entidade: "A Relação". A relação é uma coisa viva, com vontade própria e que, com o tempo, pode decidir "correr bem" (CB) e fazer parte deste triângulo a vida toda ou "correr mal" (CM), conforme a sua vontade, e extinguir-se passado algum tempo.

Porque é que diferentes relações têm diferentes personalidades? Aturados estudos científicos apontam no sentido de que, nos casos CM, os amantes possam ter habituado a relação a uma dieta à base de paixão. Acontece que muitas vezes, com o tempo, os amantes (ou apenas um deles) se esquecem da receita.


Em casos de amnésia mais aguda alguns amantes chegam mesmo a esquecer-se de que já tiveram a receita e de que com ela cozinharam lindos momentos de paixão. Nestes casos, quando a paixão falta, o cisne canta e esta relação faz como a Veronika, ou seja, decide morrer. Os amantes, que nada podem fazer porque esta decisão é fruto do fundamentalismo gastronómico da relação, acabam, impotentes, a verem-se transformados em ex-amantes.

Aparentemente, nos casos CB o denominador comum é também a dieta. Estas foram habituadas a uma alimentação mais variada, logo, ficaram mais flexíveis. Como sabemos, quem demonstra o comportamento mais flexível tem mais hipóteses de sobrevivência. Nestes casos, se os amantes (ou apenas um deles) se esquecerem da receita da paixão, a relação vai-se alimentando de amor, humor, cuidado, amizade profunda, cumplicidade, momentos de spooning e momentos em pantufas. Nestes casos a relação, ainda que sobrevivendo à carência de paixão, queixa-se e reivindica-a. No entanto, e porque é flexível, dá aos amantes tempo de recuperarem a antiga receita ou até procurarem receitas novas. Em qualquer dos casos, a relação é externa aos amantes, ainda que nela eles depositem todas as esperanças de uma vida feliz a dois (ou mais, se pensarem em ter filhos).

Uma coisa muito importante, e que não foi ainda mencionada, é que a receita da paixão é detida em 50% por cada um dos amantes. Se um se esquecer da sua parte, a parte do outro serve para muito pouco. É muito frequente acontecer que o amante que se esqueceu da sua parte da receita… se esqueça que se esqueceu. Nestes casos, se o outro amante se lembrar de que o outro está esquecido, e quiser realmente reconstruir a receita da paixão para alimentar a relação, a coisa mais inteligente a fazer será alertá-lo e envolvê-lo no processo de rememoração ou mesmo na criação de nova receita. Segundo os tais aturados estudos, a criação de nova receita tende a ser uma solução muito eficaz no longo prazo, porque dá aos amantes a certeza de que podem criar, recriar e alterar a receita ao longo das suas vidas, sabendo que a relação vai ter sempre alimento.

[Fim de história]
Como sabemos “a relação” como entidade autónoma é algo que não existe. Existem duas pessoas. Só isso. Apesar disto, ouvimos frequentemente coisas como “a minha relação não está bem”. Quando começamos a referir-nos linguisticamente a uma terceira entidade – a “relação”, neste caso – corremos o sério risco de nos começarmos a dissociar da real situação e, consequentemente da nossa responsabilidade nela.

Podemos até fazer um louvável esforço, tentando sozinhos salvá-la (à “relação”), sabendo que, se não conseguirmos, pelo menos fizemos tudo o que estava ao nosso alcance o que, no máximo, poderá acabar por ser apenas um pensamento reconfortante. Diz-se que “tentar” é falhar com honra. Neste caso em específico, podemos acabar com um coração honrosamente partido. Assim, tentar "arranjar" sozinho aquilo que dois "estragaram" poderá ser uma boa receita… para o fracasso.

Quando nos dizem “a minha relação não está bem”, uma pergunta interessante que poderíamos fazer seria: “Exactamente quem é que não está bem? Tu? A(o) tua(teu) amante? Nenhum dos dois?”. Seja qual for a resposta a esta pergunta, a pergunta seguinte poderia ser: “e o que é que VOCÊS vão fazer acerca disso?” Porquê “vocês”? Porque se, no passado, duas pessoas decidiram aproximar-se, apaixonar-se e amar-se, não será lógico dar aos dois a possibilidade e a responsabilidade de fazerem tudo ao seu alcance para que isso se materialize?

Se imaginarmos uma daquelas canoas em que cada pessoa tem um remo de um dos lados. O que acontece se uma se esquecer de remar? O que farias tu, se fosses a outra? Tentavas remar sozinho? Deixavas-te ir à deriva? Ou pedias ajuda?
Quer isto dizer que devemos fazer tudo e mais alguma coisa para continuarmos uma vida em comum com determinada pessoa, só porque a escolhemos no passado? Certamente que não. Apenas se “valer a pena”. Para os dois. As pessoas mudam, e as intenções podem mudar com elas.

O que poderá ser óbvio é que, se a intenção inicial de comunhão se mantiver, as possibilidades dela se cumprir serão infinitamente maiores se ambos os amantes estiverem envolvidos no processo de potenciação dos sentimentos que normalmente os unem, como o Amor Profundo, Cumplicidade, Amizade e, (claro!) a Paixão e Sensualidade.

Acredito também que haja alturas em que recorrer a um Coach ou conselheiro externo poderá ser a melhor opção... :)

Que este seja um bom momento para pensar a(s) sua(s) relação/relações, num qualquer dia dos namorados (que pode ser amanha, 15 de Fevereiro) ;)

Pedro Martins, hipnoterapeuta, master practitioner e facilitador de mudança

5 Ferramentas que o Mourinho vai usar em 2012

Como é que a sua vida mudou nestes primeiros dias do ano?
Com uma situação económica em grande alteração e com uma situação social em alta modificação, que hábitos já modificou?
As empresas e os mercados pedem cada vez mais profissionais que tenham uma crescente capacidade de analisar a situação, focar-se no seu objetivo e abraçar a mudança necessária para o conseguir, aumentando a união das equipas que lidera.
Nesta situação atual, como tem progredido?

Independentemente dos resultados que esteja a obter neste momento, existe sempre possibilidade de os melhorar. E os melhores só se mantêm melhores quando se focam no crescimento continuado.

Ao estudar aqueles que se mantêm no topo durante muito tempo, conseguimos perceber alguns dos hábitos que os permitem atingir este progresso. Ainda não encontrei ninguém perfeito, que ganhe sempre, tenha sempre sucesso e adore todos os resultados da sua vida, por isso, as ferramentas que vou transmitir, não pretendem ser uma fórmula que funcione em todas as situações como uma chave mágica. Pretendo sim, passar algumas dicas práticas que quando treinadas e afinadas começam consistentemente a trazer à nossa vida, mais do que queremos.

Espero que utilize estas ferramentas para atingir o sucesso que procura.

1 – Objetivos Precisos e Inspiradores
A definição de objetivos concretos continua a ser a pedra basilar do sucesso continuado. Em 2012 a objetivos bem definidos é necessário somar a inspiração. O ponto B da nossa vida tem de ser cada vez mais algo que nos aqueça o coração, que nos ponha um sorriso rasgado na cara e nos eleve o espírito. Será fundamental ter esta força adicional para lidar com os desafios adicionais trazidos pela conjuntura.

2 – Observação e Medição
Peter Drucker diz que “o que não pode ser medido, não pode ser gerido”. Numa altura de mudanças rápidas é ainda mais importante observarmos e controlarmos os diferentes indicadores chave, pois é fácil perdermos de vista o que é mais importante. Num mundo cheio de estímulos diferentes e mutação constante que mecanismo vais criar para manteres o que é importante sempre à vista?

3 – Adaptação e Ajustamento
Prefere ter razão ou ser feliz? Mudar é duro e muitas vezes assustador. Quando estiver a enfrentar obstáculos (e eles vão aparecer) vai escolher progredir, sair fora da zona de conforto, testar estratégias diferentes ou falhar “orgulhosamente só”? O caminho para o seu sucesso vai ser recheado de ajustamentos, aprendizagens e mudança. Abraça essa realidade e consiga a realização que busca.

4 – Criar Valor
Se esta premissa base não for a base do seu plano de negócios e marketing do seu negócio, não auguro nada de bom. Se o principal interesse como colaborador de uma empresa, não for o de fazê-la crescer, inovar, acrescentar valor e exceder as expectativas, o desemprego pode mais facilmente bater à porta. Com consumidores mais informados, inteligentes e seletivos e maior oferta de produtos e força de trabalho, nos próximos tempos o verdadeiro sucesso estará reservado para os que inovam e superam.

5 – Grandes Feitos... só com Equipas
Esta é a melhor altura de nos unirmos. Pedir ajuda, reunir consensos, inspirar grupos são apenas algumas tarefas do dia-a-dia dos campeões em 2012. Todos sabemos que os grandes objetivos nunca são conseguidos por apenas um indivíduo, sendo que num momento do tempo onde o sentimento de insegurança cresce, a união proporciona uma maior partilha de ideias, riscos, responsabilidades e tarefas. Este é um elemento critico para a concretização das suas metas.

Comece hoje mesmo o seu sucesso este ano!

Ricardo Peixe, Coach & Trainer na Life Training, Precursor do VencerGT.com

O talento que "eu" Sou

O meu percurso é igual ao de muitos de vós, estudei, estagiei, trabalhei para outros durante alguns anos, sou mãe, sou mulher.
Durante este meu percurso, muitas foram as vezes em que olhei para mim e via o mesmo de sempre. Algumas vezes aprendia coisas novas e, mesmo assim, a minha forma de agir era muito, mesmo muito similar. Parecia que fazia o mesmo apenas com um novo embrulho. Já tiveram esta sensação?


Aconteceu, agora reconheço, um momento em que deixei para trás “pré-conceitos”, “pré-ocupações”, ideia limitadoras e decidi fazer coisas diferentes, coisas a que chamei na altura de “A Busca pela minha arte”. Assim, a premissa era fazer coisas que me divertissem e ainda aprendesse com elas… Descobri rapidamente que aprendi e aprendo com todas as experiências que tenho.

Algumas das coisas que fiz e faço? Sim… fiz e ainda faço muitas! Experimentei e ainda amo o Surf, Aulas de canto, Costurar, Ballet, Parapente, Locução em Rádio, Teatro, Pintar, Restauro, Correr, Patins em linha… e tenho a certeza que ainda vou experimentar mais.

Talvez agora estivesse com saber suficiente para construir programa de gestão de talentos de forma diferente (eu sei que sim, seriam mesmo muito diferentes), pois agora sei que este encontro com o talento é pessoal, é intencional e tem que ser uma decisão de querer ver o mundo de um ângulo diferente. Muitas vezes está longe do que fazemos no nosso dia-a-dia, das tarefas que eu tenho como profissão e também reconheço que terá que existir treino, muito treino. Às vezes fazendo, experimentando coisas novas vamos aprender e reter novas formas de comportamento que sim, vai ser aplicado ao mundo de sempre. Quase como se o cérebro reconhecesse mais caminhos possíveis (sim é isso, reconheço mais possibilidades).

Partilho, rapidamente, algumas dessas aprendizagens. Com o Ballet aprendi a respeitar a liderança de quem sabe mais e faz melhor que eu, aprendi a ser ainda mais humilde (as minhas colegas têm todas menos 20 anos que eu e são muito melhores que eu!); No grupo de canto aprendi que não é interessante ouvir-se uma voz e sim a voz de todos em uníssono; Na Rádio reconheço as minhas muletas de linguagem e agradeço o ter que preparar textos; No Surf aprendi o equilíbrio o sentir o momento certo, a esperar. A minha lista poderia continuar e continuar e ainda continuar. Pois eu aprendi mais em 2 anos do que em 15 anos de vida.

Qual é a minha arte, ainda não sei… Sei é que eu sou mais, melhor e tenho em mim um mapa, um caminho que ainda posso fazer, ainda posso experimentar.
E o seu? Arrisco a dizer que está ainda muito por trilhar. Faça, Arrisque; Experimente e talvez sinta em algum momento o que eu sinto agora ao escrever este texto… EU SOU POSSIBILIDADE!

Lígia Ramos, empreendedora, criativa, formadora da LIFE Training e especialista em GRH

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